Sem dúvidas ser mãe é um exercício de abdicação. Mas para as mães atípicas, essa entrega é ainda mais profunda e complexa. Elas não apenas abrem mão de suas carreiras, vida social e relacionamentos, mas muitas vezes se veem sozinhas nessa jornada desafiadora. O abandono por parceiros é uma realidade comum, tornando a luta ainda mais solitária.
A rotina dessas mães é marcada por idas constantes a médicos, terapias e intervenções que visam proporcionar a melhor qualidade de vida para seus filhos. Quando alguém encontra uma mãe atípica e pergunta: “Mas você não trabalha?”, é importante lembrar que a correria e o desgaste que elas enfrentam são intensos e muitas vezes invisíveis.
Além das batalhas diárias, essas mães enfrentam o preconceito e o julgamento da sociedade. Muitas vezes, são cobradas por decisões que não tomaram, como a escolha de abrir mão de seus sonhos e aspirações profissionais. O que elas realmente precisam é de compreensão e empatia.
A história de muitas mães atípicas é marcada por desafios e superações. Por exemplo, como jornalista e mãe de três meninos, após duas perdas gestacionais, eu conheci a alegria de ter meu “bebê arco-íris”. Samuel nasceu saudável, mas no segundo dia de vida sofreu um AVC, resultando em uma sequela motora no lado direito. Esse evento me introduziu a um universo de solidão e incertezas, onde cada dia é uma luta por evolução e bem-estar.
E vou dividir a partir de agora com vocês um pouco desses desafios, medos e das alegrias desse universo feito de pequenos milagres.
Mas desde já eu peço que ao se deparar com uma mãe atípica, ofereça um olhar de carinho. Ela carrega em si a força de uma leoa, lutando incansavelmente. E o que realmente desejamos é ser vistas e ouvidas, sem julgamentos, nessa jornada que é repleta de amor e desafios.