OPINIÃO

Em um caminho marcado por desafios diários e solidão, mães atípicas encontram forças para superar o abandono e lutar pelo bem-estar de seus filhos
Samuel, Isaac e Benjamin, os filhos da Karen. (Foto: Arquivo de Famíia)

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Sem dúvi­das ser mãe é um exer­cí­cio de abdi­ca­ção. Mas para as mães atí­pi­cas, essa entre­ga é ain­da mais pro­fun­da e com­ple­xa. Elas não ape­nas abrem mão de suas car­rei­ras, vida soci­al e rela­ci­o­na­men­tos, mas mui­tas vezes se veem sozi­nhas nes­sa jor­na­da desa­fi­a­do­ra. O aban­do­no por par­cei­ros é uma rea­li­da­de comum, tor­nan­do a luta ain­da mais soli­tá­ria.

A roti­na des­sas mães é mar­ca­da por idas cons­tan­tes a médi­cos, tera­pi­as e inter­ven­ções que visam pro­por­ci­o­nar a melhor qua­li­da­de de vida para seus filhos. Quando alguém encon­tra uma mãe atí­pi­ca e per­gun­ta: “Mas você não tra­ba­lha?”, é impor­tan­te lem­brar que a cor­re­ria e o des­gas­te que elas enfren­tam são inten­sos e mui­tas vezes invi­sí­veis.

Além das bata­lhas diá­ri­as, essas mães enfren­tam o pre­con­cei­to e o jul­ga­men­to da soci­e­da­de. Muitas vezes, são cobra­das por deci­sões que não toma­ram, como a esco­lha de abrir mão de seus sonhos e aspi­ra­ções pro­fis­si­o­nais. O que elas real­men­te pre­ci­sam é de com­pre­en­são e empa­tia.

A his­tó­ria de mui­tas mães atí­pi­cas é mar­ca­da por desa­fi­os e supe­ra­ções. Por exem­plo, como jor­na­lis­ta e mãe de três meni­nos, após duas per­das ges­ta­ci­o­nais, eu conhe­ci a ale­gria de ter meu “bebê arco-íris”. Samuel nas­ceu sau­dá­vel, mas no segun­do dia de vida sofreu um AVC, resul­tan­do em uma seque­la moto­ra no lado direi­to. Esse even­to me intro­du­ziu a um uni­ver­so de soli­dão e incer­te­zas, onde cada dia é uma luta por evo­lu­ção e bem-estar.

E vou divi­dir a par­tir de ago­ra com vocês um pou­co des­ses desa­fi­os, medos e das ale­gri­as des­se uni­ver­so fei­to de peque­nos mila­gres.

Mas des­de já eu peço que ao se depa­rar com uma mãe atí­pi­ca, ofe­re­ça um olhar de cari­nho. Ela car­re­ga em si a for­ça de uma leoa, lutan­do incan­sa­vel­men­te. E o que real­men­te dese­ja­mos é ser vis­tas e ouvi­das, sem jul­ga­men­tos, nes­sa jor­na­da que é reple­ta de amor e desa­fi­os.

SOBRE O AUTOR

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Karen Andrielly

"Os artigos assinados por editores convidados refletem as opiniões e visões pessoais dos autores e não necessariamente representam a posição editorial deste jornal. O conteúdo é de inteira responsabilidade dos respectivos colaboradores."

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