Promotora Paula Volpe explica a importância da inclusão e o combate à discriminação em matrículas escolares para crianças com deficiência.
MPMS Reforça Direito à Educação para Crianças Atípicas com Recomendação Pública
MPMS Reforça Direito à Educação para Crianças Atípicas com Recomendação Pública. (Foto: Rogério Medeiroa)

Clique e ouça a matéria

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos da Comarca de Campo Grande, lan­çou a cam­pa­nha Educação é Inclusão. Lugar de cri­an­ça é na esco­la, com o obje­ti­vo de refor­çar o direi­to cons­ti­tu­ci­o­nal de cri­an­ças com defi­ci­ên­cia ou atí­pi­cas à edu­ca­ção. A ação inclui uma Recomendação Pública para cons­ci­en­ti­zar esco­las sobre a obri­ga­to­ri­e­da­de de garan­tir vagas e com­ba­ter prá­ti­cas de exclu­são.

A pro­mo­to­ra Paula Volpe, em entre­vis­ta ao pro­gra­ma Rádio Livre, da FM Educativa 104,7, enfa­ti­zou que a legis­la­ção sobre o tema exis­te há mais de duas déca­das, mas ain­da não é ampla­men­te conhe­ci­da. “O que reco­men­da­mos já cons­ta da lei. Infelizmente, mui­tos ain­da não sabem que recu­sar matrí­cu­la é cri­me, o que resul­ta em situ­a­ções de dis­cri­mi­na­ção e exclu­são”, afir­mou a pro­mo­to­ra.

Legislação e pena­li­da­des
De acor­do com a pro­mo­to­ra, a legis­la­ção foi for­ta­le­ci­da nos últi­mos anos. A pena para ges­to­res que nega­rem matrí­cu­la a cri­an­ças com defi­ci­ên­cia ou limi­ta­ções foi ele­va­da de dois a cin­co anos de pri­são, com acrés­ci­mo de um ter­ço em casos envol­ven­do meno­res de ida­de. Além dis­so, pode haver apli­ca­ção de mul­tas de três a 20 salá­ri­os-míni­mos, com pos­si­bi­li­da­de de per­da do car­go em caso de rein­ci­dên­cia com­pro­va­da.

“Nosso papel não é punir as esco­las, mas ori­en­tar para evi­tar desi­gual­da­des. Uma soci­e­da­de inclu­si­va pre­ci­sa garan­tir o direi­to à edu­ca­ção para todos”, expli­cou Paula Volpe. Ela refor­çou que a pre­sen­ça de cri­an­ças atí­pi­cas deve ser vis­ta como par­te natu­ral da con­vi­vên­cia. “Não é ape­nas con­vi­dar para o bai­le, é tirar para dan­çar”, des­ta­cou.

Exceções e supor­te públi­co
A pro­mo­to­ra escla­re­ceu que situ­a­ções de recu­sa são tra­ta­das de manei­ra dife­ren­te quan­do esco­las estão com todas as vagas pre­en­chi­das, con­for­me o pla­no esco­lar. “Se não há vagas dis­po­ní­veis para nenhu­ma outra cri­an­ça, não é cri­me”, pon­tu­ou.

Ela tam­bém men­ci­o­nou que o Poder Público já dis­po­ni­bi­li­za pro­fes­so­res de apoio espe­ci­a­li­za­dos, para garan­tir aten­di­men­to ade­qua­do a cri­an­ças que neces­si­tam de acom­pa­nha­men­to indi­vi­du­a­li­za­do nas esco­las.

Campanha
A cam­pa­nha Educação é Inclusão. Lugar de cri­an­ça é na esco­la, bus­ca com­ba­ter o pre­con­cei­to no pro­ces­so de matrí­cu­la, pro­mo­ven­do a cons­ci­en­ti­za­ção sobre o direi­to de cri­an­ças com defi­ci­ên­cia à edu­ca­ção inclu­si­va. O MPMS refor­ça que todas as cri­an­ças e ado­les­cen­tes têm direi­to de aces­so à esco­la, e as ins­ti­tui­ções de ensi­no têm o dever de aco­lher e pro­mo­ver igual­da­de de opor­tu­ni­da­des.

Com ações de ori­en­ta­ção e cons­ci­en­ti­za­ção, o MPMS bus­ca cons­truir uma soci­e­da­de mais plu­ral e inclu­si­va, garan­tin­do que o direi­to à edu­ca­ção seja res­pei­ta­do e que nenhu­ma cri­an­ça fique fora da esco­la.

SOBRE O AUTOR

Picture of Vivianne Nunes

Vivianne Nunes

Vivianne Nunes, jornalista, empresária VW Comunicação, radialista, apresentadora do programa Rádio Livre da FM 104,7 e do Podcast Guia +Saúde!

Que tal assinar nossa Newsletter e ficar por dentro das novidades?

LEIA