Gleice Jane denuncia descaso e propõe ações para proteger o bioma e melhorar a vida dos moradores
Comunidades do Pantanal sofrem com abandono, alerta deputada
Foto: ALEMS

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A depu­ta­da esta­du­al Gleice Jane (PT/MS) usou a tri­bu­na da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nes­ta ter­ça-fei­ra (19), para denun­ci­ar o aban­do­no das comu­ni­da­des do Pantanal Sul-Mato-Grossense. A par­la­men­tar des­ta­cou os desa­fi­os enfren­ta­dos pelos ribei­ri­nhos e cobrou a imple­men­ta­ção de polí­ti­cas públi­cas urgen­tes para pre­ser­var o bio­ma e aten­der à popu­la­ção local.

Em sua fala, Gleice Jane com­par­ti­lhou rela­tos de uma visi­ta recen­te a comu­ni­da­des ribei­ri­nhas em Corumbá. Durante dois dias de via­gem de bar­co, ouviu mora­do­res sobre os impac­tos dos incên­di­os de 2020, que dei­xa­ram mar­cas pro­fun­das na região. “As cin­zas e a fuma­ça afe­ta­ram a saú­de de todos, inclu­si­ve das cri­an­ças, que ain­da vivem o trau­ma de fugir do fogo. Conversei com famí­li­as que per­de­ram tudo, como a do Sr. Caetano, e visi­tei esco­las que vira­ram refú­gi­os duran­te a cri­se”, rela­tou a depu­ta­da.

Outro pro­ble­ma gra­ve é o asso­re­a­men­to do rio Paraguai, que já engo­liu par­te de uma anti­ga esco­la, ago­ra usa­da como base pelo Corpo de Bombeiros. “A saú­de só che­ga às comu­ni­da­des qua­tro vezes ao ano, por bar­cos, e mui­tos nem con­se­guem votar por cau­sa dos cus­tos e das dis­tân­ci­as. É uma rea­li­da­de que apro­fun­da a sen­sa­ção de aban­do­no”, lamen­tou Gleice Jane.

Na audi­ên­cia públi­ca rea­li­za­da em Corumbá, sur­gi­ram pro­pos­tas como a cri­a­ção de um Plano de Ação para o Pantanal, envol­ven­do a inte­gra­ção entre esta­dos e paí­ses vizi­nhos. Também foi dis­cu­ti­da a ins­ta­la­ção de uma Universidade do Pantanal, foca­da em pes­qui­sa cien­tí­fi­ca, capa­ci­ta­ção pro­fis­si­o­nal e assis­tên­cia vete­ri­ná­ria para a fau­na local.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) refor­çam a gra­vi­da­de da situ­a­ção: o pri­mei­ro semes­tre de 2024 regis­trou 2.333 focos de incên­dio no bio­ma, um aumen­to de 1.628% em rela­ção ao mes­mo perío­do de 2023. Além dos danos ambi­en­tais, o fogo com­pro­me­teu a sub­sis­tên­cia de milha­res de famí­li­as.

“A pro­te­ção do Pantanal não é só uma ques­tão ambi­en­tal, mas de jus­ti­ça soci­al. Precisamos garan­tir a pre­sen­ça do Estado, com polí­ti­cas públi­cas base­a­das na ciên­cia e no diá­lo­go com as comu­ni­da­des”, con­cluiu a par­la­men­tar, fazen­do um ape­lo por ações con­cre­tas para pre­ser­var o bio­ma e melho­rar a qua­li­da­de de vida dos mora­do­res.

Fonte: AsseCom

SOBRE O AUTOR

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Odirley Deotty

Odirley Deotti é jornalista, escritor, designer gráfico e chefe de redação do Guia MS Notícias.

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