A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) publicou um despacho que oficializa o fim do recolhimento das cotas mensais dos encargos relacionados às contas CDE Covid e CDE Escassez Hídrica. Esses encargos foram estabelecidos para auxiliar distribuidoras de energia elétrica a enfrentarem dificuldades financeiras durante períodos críticos.
Antecipação de Recursos e Quitação de Empréstimos
A medida foi possível graças ao acordo de antecipação de R$ 7,8 bilhões, recurso que a Eletrobras devia à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Somado ao saldo de R$ 3,4 bilhões existente nas contas Covid e Escassez Hídrica, o total de R$ 11,2 bilhões possibilitou a quitação dos empréstimos contratados anteriormente.
Em abril de 2024, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou a Medida Provisória 1.212, autorizando a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) a negociar com a Eletrobras para antecipar o pagamento dos empréstimos realizados entre 2020 e 2021. Essa negociação teve como objetivo principal reduzir os encargos financeiros que seriam repassados aos consumidores de energia elétrica.
Economia para os Consumidores
De acordo com a ANEEL, a quitação antecipada resultou em uma economia de R$ 500 milhões em juros. “A antecipação desses recursos foi utilizada exclusivamente para garantir a modicidade tarifária dos consumidores do ambiente regulado, conforme diretriz do poder concedente, priorizando a quitação das Contas Covid e Escassez Hídrica. Assim, com a operacionalização pela CCEE, as referidas contas estão sendo liquidadas com esses recursos”, informou a agência em nota.
Contexto das Contas Covid e Escassez Hídrica
Os empréstimos relacionados à Conta-Covid foram estabelecidos em 2020, no auge da pandemia, e totalizaram cerca de R$ 15,3 bilhões. O objetivo era auxiliar as distribuidoras de energia elétrica a manter o equilíbrio financeiro durante um período de instabilidade econômica. Já a Conta Escassez Hídrica foi criada em 2022 para cobrir os custos adicionais enfrentados pelas distribuidoras devido à crise de geração de energia, provocada pela falta de chuvas. O valor desse empréstimo foi de aproximadamente R$ 5,3 bilhões.
Esses montantes referentes as contas CDE Covid e CDE Escassez Hídrica foram repassados às distribuidoras de energia, impactando diretamente os consumidores através de ajustes tarifários aplicados ao longo dos anos.
Fonte: Aneel