A cor­de­lis­ta Aurineide Alencar, natu­ral da Paraíba e resi­den­te em Dourados (MS), fez uma jor­na­da cul­tu­ral rumo ao Paraguai na últi­ma sema­na. Com sua Kombi trans­for­ma­da em bibli­o­te­ca iti­ne­ran­te, reple­ta de livros de cor­del, Aurineide per­cor­reu mais de 400 quilô­me­tros para par­ti­ci­par de uma home­na­gem na cida­de de Hernandarias, onde foi reco­nhe­ci­da pela Academia Paraguaya de Literatura Moderna (APLM).

Durante uma ses­são sole­ne no Café Literário La Tobateña, Aurineide foi agra­ci­a­da com o títu­lo de “Madrina de Honor” e nome­a­da “Visitante Ilustre” pelo muni­cí­pio, em reco­nhe­ci­men­to ao tra­ba­lho que rea­li­za na pre­ser­va­ção e pro­mo­ção da lite­ra­tu­ra de cor­del. A cerimô­nia con­tou com auto­ri­da­des locais, escri­to­res de diver­sas ins­ti­tui­ções lite­rá­ri­as, lan­ça­men­tos de obras e a inclu­são de novos mem­bros na APLM. Além dis­so, a APLM con­ce­deu a Aurineide um “Reconhecimento Especial” pelo seu papel em divul­gar o cor­del, gêne­ro lite­rá­rio ain­da pou­co conhe­ci­do na América Latina.

Aurineide apro­vei­tou a opor­tu­ni­da­de para expan­dir seu tra­ba­lho, apre­sen­tan­do a Cordelteca Itinerante em esco­las para­guai­as. Por meio de encon­tros com cri­an­ças e ado­les­cen­tes, ela fomen­tou o inter­câm­bio cul­tu­ral, pro­mo­ven­do a rica tra­di­ção do cor­del nor­des­ti­no. No retor­no ao Brasil, Aurineide fez uma para­da em Foz do Iguaçu, onde tam­bém levou sua bibli­o­te­ca iti­ne­ran­te a esco­las, for­ta­le­cen­do o aces­so à lite­ra­tu­ra popu­lar.

A artis­ta, que ini­ci­ou sua tra­je­tó­ria no ser­tão parai­ba­no e ado­tou Dourados como lar, é pro­fes­so­ra apo­sen­ta­da, mes­tre em Literatura pela Universidade Nacional de Assunção e mem­bro da Academia Douradense de Letras. Ao lon­go de sua car­rei­ra, publi­cou o livro Nas Veredas do Cordel e adap­tou con­teú­dos esco­la­res ao esti­lo do cor­del, usan­do essa expres­são lite­rá­ria como fer­ra­men­ta edu­ca­ti­va e de valo­ri­za­ção da cul­tu­ra bra­si­lei­ra.

A Cordelteca Itinerante repre­sen­ta o com­pro­mis­so de Aurineide com a demo­cra­ti­za­ção da lite­ra­tu­ra e o res­ga­te de tra­di­ções cul­tu­rais. Em suas pala­vras, “levar o cor­del para mais pes­so­as, de dife­ren­tes locais, é pro­mo­ver encon­tros, res­ga­tar e for­ta­le­cer as tra­di­ções cul­tu­rais do Nordeste. Onde o cor­del che­ga, che­ga tam­bém a opor­tu­ni­da­de de abrir espa­ço para um mai­or enten­di­men­to entre os povos.”

A home­na­gem no Paraguai refor­ça a rele­vân­cia do tra­ba­lho de Aurineide, que con­tri­bui para a valo­ri­za­ção da lite­ra­tu­ra popu­lar como ins­tru­men­to de edu­ca­ção e cons­tru­ção de iden­ti­da­de cul­tu­ral. Essa via­gem cul­tu­ral foi via­bi­li­za­da com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Dourados, Sindicato Municipal dos Trabalhadores e os vere­a­do­res Sérgio Nogueira e Elias Ishy.

Fonte: AsseCom