Nesta terça-feira, 12 de novembro, celebrou-se o Dia do Pantanal, e o primeiro ano de vigência da Lei Estadual nº 6.160/2023, conhecida como Lei do Pantanal. Criada para garantir a exploração agropecuária sustentável, a lei regulamenta o uso e a conservação de uma das maiores e mais sensíveis áreas alagadas do planeta. Com 60% de sua extensão no Mato Grosso do Sul e cobrindo cerca de 15 milhões de hectares, o Pantanal permanece sob constante ameaça devido ao agravamento de crises ambientais, como incêndios, desmatamento e alteração do regime hídrico.
Em meio a intensas mudanças climáticas, a Lei do Pantanal visa equilibrar a conservação ambiental e a atividade econômica, especialmente em propriedades rurais, que ocupam mais de 90% da área pantaneira. A legislação estabelece a Área de Uso Restrito da Planície Pantaneira (AUR-Pantanal), limitando práticas que possam comprometer o ecossistema e orientando as atividades permitidas, como a pecuária extensiva, tradicional na região há séculos, e cultivos agrícolas em áreas já consolidadas, desde que licenciados e restritos a limites previamente estabelecidos.
Atividades permitidas e restrições ambientais
A legislação permite a continuidade de práticas tradicionais, como o pastoreio em áreas de Reserva Legal e a manutenção de infraestruturas agropecuárias em locais consolidados. Contudo, impõe restrições rigorosas para novas instalações de confinamento de gado, cultivos agrícolas e atividades que alterem o regime hídrico, como construção de barragens e diques. A lei proíbe ainda a introdução de espécies exóticas que possam desequilibrar a fauna e a flora locais, resguardando a integridade do bioma.
Prevenção e controle de incêndios: uma medida essencial
Diante do histórico de incêndios devastadores na região, que comprometem a biodiversidade e a própria subsistência dos habitantes locais, a lei torna obrigatória a apresentação do Ato Declaratório de Prevenção Contra Incêndios, conforme as normas do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. Este documento é requisito essencial para atividades que demandam o uso de fogo controlado, incluindo o manejo de vegetação nativa e a manutenção de áreas agrícolas.
Desafios e perspectivas para o futuro do Pantanal
Embora a Lei do Pantanal represente um marco regulatório importante para a conservação da biodiversidade, especialistas destacam que seu impacto efetivo depende da fiscalização contínua e do comprometimento com práticas sustentáveis que reduzam os impactos ambientais. Em tempos de intensificação das mudanças climáticas, a preservação do Pantanal exige uma articulação entre setores públicos e privados para que as futuras gerações possam usufruir de um dos biomas mais ricos e ameaçados do planeta.
Fonte: Famasul