Novembro é um mês especial para mim, pois no dia 11, meu filho Samuel completa mais um ano de vida. Sua chegada foi um milagre após dois abortos espontâneos e ele se tornou meu “bebê arco-íris”. Durante a gestação, enfrentei a descoberta da trombofilia, o que exigiu cuidados extremos e injeções diárias.
Samuel nasceu saudável, mas no segundo dia, ele convulsionou por 8 horas dentro da maternidade e passou 15 dias na UTI neonatal, onde foi diagnosticado com um AVC.
Os meses seguintes se tornaram um labirinto de consultas e exames, repletos de incertezas. Foi um ano difícil e eu me vi lutando não apenas com a saúde do meu filho, mas também com uma batalha interna.
Ele enfrentou dificuldades motoras e de fala, e eu sentia uma dor profunda, especialmente ao ver os olhares de compaixão das pessoas. No entanto, uma profissional de terapia me ajudou a ver a situação de forma mais positiva, e pedi a Deus que mudasse minha perspectiva. Com o tempo, essa dor se transformou em gratidão.
Nas longas esperas durante as sessões de terapia, conheci mães incríveis que também lutavam, enfrentando batalhas muitas vezes maiores do que as minhas. Elas me ensinaram que, mesmo diante das dificuldades, a vida é um milagre. Hoje, quero que as pessoas perguntem sobre o Samuel, para que eu possa compartilhar sua história de superação.
Com o tempo, percebi o quanto era abençoada por ter o Samuel, uma criança cheia de vida, saudável e independente. Descobri que as sequelas deixadas pelo AVC não determinam quem ele é; são apenas detalhes que tornam sua existência ainda mais incrível.
Todos enfrentamos desertos em nossas vidas, e o verdadeiro desafio é transformar o “por quê?” em “para quê?”. Cada luta tem um propósito maior, e precisamos aprender a ser gratos. Em novembro, celebro não apenas os 9 anos de Samuel, mas também a força que encontramos na superação e a luz que surge após a tempestade, que nos mostra que o que pensamos muitas vezes ser o fim é apenas o início de uma grande jornada.