As chu­vas inten­sas regis­tra­das no Pantanal sul-mato-gros­sen­se na segun­da quin­ze­na de outu­bro supe­ra­ram a média his­tó­ri­ca, ame­ni­zan­do os incên­di­os flo­res­tais na região. A mudan­ça no padrão cli­má­ti­co foi impul­si­o­na­da pelo avan­ço de uma fren­te fria, que trou­xe pre­ci­pi­ta­ções acu­mu­la­das, espe­ci­al­men­te entre os dias 15 e 27 des­te mês.

De acor­do com a mete­o­ro­lo­gis­ta Valesca Fernandes, do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), o volu­me acu­mu­la­do de chu­vas alte­rou a situ­a­ção de défi­cit hídri­co para níveis aci­ma da média. “Essa mudan­ça pode indi­car a tran­si­ção entre o perío­do seco e o chu­vo­so. Para o pró­xi­mo mês, as pre­vi­sões indi­cam que as chu­vas devem se man­ter den­tro ou pró­xi­mas da média his­tó­ri­ca”, expli­cou.

Acumulados aci­ma da média em regiões do Pantanal
Em regiões espe­cí­fi­cas do Pantanal, os índi­ces plu­vi­o­mé­tri­cos supe­ra­ram as expec­ta­ti­vas. A região de São Francisco regis­trou 148,4 mm de chu­va entre os dias 1º e 28 de outu­bro, qua­se o dobro da média his­tó­ri­ca de 76,1 mm. Corumbá e Bela Vista do Norte tam­bém regis­tra­ram 115 mm e 81,4 mm, res­pec­ti­va­men­te. Entretanto, as regiões de Nhumirim – Nhecolândia e Porto Esperança fica­ram abai­xo da média his­tó­ri­ca de chu­vas.

Entre a últi­ma quin­ta-fei­ra (24) e a pró­xi­ma sex­ta-fei­ra (1º de novem­bro), espe­ra-se novos acu­mu­la­dos entre 20 e 90 mm, espe­ci­al­men­te nas regiões nor­te, pan­ta­nei­ra e nor­des­te de Mato Grosso do Sul. Além dis­so, de 1º a 9 de novem­bro, há pre­vi­são de novas pre­ci­pi­ta­ções entre 30 e 90 mm.

Redução dos focos de incên­dio
O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) man­tém equi­pes ati­vas na região pan­ta­nei­ra, que, com o aumen­to da umi­da­de e a que­da nas tem­pe­ra­tu­ras, regis­trou uma expres­si­va redu­ção dos focos de incên­dio. Todos os incên­di­os atu­ais foram con­tro­la­dos, mas o moni­to­ra­men­to con­ti­nua em áre­as crí­ti­cas como o Parque Estadual Pantanal do Rio Negro, Serra do Amolar, Passo do Lontra e Paiaguás para evi­tar novos focos.

Além da região do Pantanal, outras áre­as de Mato Grosso do Sul tam­bém apre­sen­ta­ram altos índi­ces de pre­ci­pi­ta­ção acu­mu­la­da nas últi­mas 96 horas. São Gabriel do Oeste regis­trou 133,8 mm, Costa Rica teve 89,8 mm e Corumbá 71,8 mm.