Pressões psicológicas, exposição nas redes sociais e falta de perspectiva agravam a situação; campanhas de prevenção ganham força durante o Setembro Amarelo
Jovens representam 39% dos casos de suicídio em MS
Jovens representam 39% dos casos de suicídio em MS

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O Setembro Amarelo, cam­pa­nha que visa à pre­ven­ção do sui­cí­dio, ganha ain­da mais rele­vân­cia em Mato Grosso do Sul, onde 39% dos casos de sui­cí­dio regis­tra­dos em 2023 ocor­re­ram entre jovens de 15 a 29 anos. No total, 134 jovens tira­ram a pró­pria vida, segun­do dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Esses núme­ros alar­man­tes refle­tem uma rea­li­da­de com­ple­xa, na qual fato­res como vio­lên­cia, soli­dão, pres­sões psi­co­ló­gi­cas e fal­ta de pers­pec­ti­va pro­fis­si­o­nal desem­pe­nham um papel sig­ni­fi­ca­ti­vo.

A cam­pa­nha, ins­ti­tuí­da em Mato Grosso do Sul pela Lei Estadual 4.777/2015, de auto­ria da depu­ta­da Mara Caseiro (PSDB), é vis­ta como uma fer­ra­men­ta cru­ci­al para a sen­si­bi­li­za­ção e pre­ven­ção, espe­ci­al­men­te entre os mais jovens. “O Setembro Amarelo cria um espa­ço segu­ro para que o tema do sui­cí­dio seja abor­da­do de for­ma aber­ta e infor­ma­da, que­bran­do tabus e per­mi­tin­do que o pro­ble­ma seja dis­cu­ti­do na soci­e­da­de”, afir­ma a par­la­men­tar.

Além das cam­pa­nhas de cons­ci­en­ti­za­ção, o pre­si­den­te do Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso do Sul (CRP-14/MS), Walkes Jacques Vargas, des­ta­ca a neces­si­da­de de uma abor­da­gem mais ampla para o pro­ble­ma, que inclua a imple­men­ta­ção efe­ti­va de ser­vi­ços de saú­de men­tal, espe­ci­al­men­te nas esco­las. “A juven­tu­de tem enfren­ta­do desa­fi­os exa­cer­ba­dos pela pan­de­mia, pela desi­gual­da­de soci­al e pela fal­ta de apoio ade­qua­do”, expli­ca Vargas.

O psi­có­lo­go res­sal­ta que a escu­ta ati­va e o aco­lhi­men­to sem jul­ga­men­tos são essen­ci­ais na pre­ven­ção do sui­cí­dio. “Muitas vezes, o sofri­men­to dos jovens é des­con­si­de­ra­do como ‘cha­mar aten­ção’. É fun­da­men­tal que qual­quer mani­fes­ta­ção de dor seja leva­da a sério”, ori­en­ta.

A legis­la­ção esta­du­al inclui ain­da outras medi­das de pre­ven­ção, como a Lei 5.448/2019, que deter­mi­na a divul­ga­ção do tele­fo­ne 188, do Centro de Valorização da Vida (CVV), em locais públi­cos, e a Lei 5.483/2019, que esta­be­le­ce a Semana de Prevenção e Combate à Violência Autoprovocada.

Serviço

Veja alguns locais e enti­da­des que podem aju­dar na pre­ven­ção ao sui­cí­dio:

  • Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) — Consulte a rela­ção das uni­da­des em sua cida­de.
  • Centro de Valorização da Vida (CVV) — Atendimento gra­tui­to pelo tele­fo­ne 188.
  • Grupo Amor Vida (GAV) — Apoio emo­ci­o­nal gra­tui­to.

Universidades que ofe­re­cem aten­di­men­to psi­co­ló­gi­co gra­tui­to:

  • Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
  • Psicologia Unigran Capital.
  • Clínica-Escola da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Fonte: ALEMS
Foto: Luciana Nassar/ALEMS

SOBRE O AUTOR

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Vivianne Nunes

Vivianne Nunes, jornalista, empresária VW Comunicação, radialista, apresentadora do programa Rádio Livre da FM 104,7 e do Podcast Guia +Saúde!

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