O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a retirada das tornozeleiras eletrônicas dos cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) investigados na operação “Último Ratio”. A investigação apura um suposto esquema de venda de sentenças no Judiciário estadual.
Além disso, Zanin autorizou o retorno do presidente do TJMS, desembargador Sérgio Fernandes Martins, ao cargo. A decisão, baseada no Inquérito 4982, contou com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. De acordo com a determinação, Martins poderá manter contato com servidores e está dispensado do uso do equipamento de monitoramento eletrônico. No entanto, os demais desembargadores, embora sem a tornozeleira, continuarão afastados de suas funções.
Esquema milionário no Judiciário
A operação “Último Ratio” investiga crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de documentos no TJMS. Durante as diligências, foram apreendidos mais de R$ 3 milhões em espécie, incluindo R$ 2,7 milhões encontrados na residência de um dos investigados. Armas também foram recolhidas na casa de dois dos desembargadores.
A operação contou com o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da “Operação Mineração de Ouro”, deflagrada em 2021. Essa última já havia identificado indícios de práticas ilícitas semelhantes no Judiciário estadual. À época, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento dos investigados, a proibição de acesso a órgãos públicos e a imposição de tornozeleiras eletrônicas.