Olá, Olimpio Leme aqui mais uma vez! Falando sobre histórias em quadrinhos, que é o que a gente gosta. Na última coluna falamos sobre um artista regional que faz HQ com a temática de nosso estado. E hoje, vamos mostrar o trabalho de mais um artista autoral que, com seu traço, não deixa a desejar no quesito da Narrativa Gráfica. Aliás, este que vos escreve é um admirador, fã de seu trabalho. Para mim, as técnicas empregadas são as mais modernas e precisas quando se fala em contar uma história em imagens. Apresento Fred Hildbrand, que por meio de vários trabalhos, aqui no MS e também e em São Paulo, abrilhanta a Nona Arte com seus desenhos. Um de seus trabalhos mais recentes se chama Spaceshit e está no volume 1.
Olá Fred, é um prazer falar contigo. Me fala, quando você começou a desenhar? E quando começou a fazer Histórias em Quadrinhos?
Opa, prazer é meu, e bora falar de quadrinhos. Não me lembro exatamente, de começar a
desenhar, é algo que sempre esteve presente na minha vida, desde muito criança. Na infância,
me lembro de desenhar muitas coisas meio futuristas, naves, carros e personagens com
armadura, que coloco a culpa nos tokusatsus japoneses. Quadrinhos foi um caminho mais
tortuoso. Lembro de fazer umas tentativas na infância, tentar contar como foi minha adaptação
ao uso de óculos aos 9, 10 anos, depois tentei fazer quadrinhos do Sonic, com uns 12/13 anos.
Mas a partir dessa idade, que me interessei mais pelo estilo de mangás, influenciado pelos
animes que já passavam na TV brasileira e pelo mangá nacional, Holy Avenger.
Eu vi a obra Spaceshit, gostei muito do traço do desenho e da narrativa gráfica empregada. Como você teve a ideia de fazer a HQ? Quais foram as suas inspirações sobre o tema?
SPACESHIT surgiu meio como uma surpresa. Em 2018, durante uma aula demonstrativa de
criação de personagens, pedi a cada um dos meus alunos para me darem uma ideia e com a
junção delas, criaria um design de personagem.
O que me lembro era que tinha que ser uma garota, ter braço de robô, ser uma personagem
espacial e ser uma aventura. Com isso, fiz um design inicial, durante a aula, para abordar o
assunto, porém, gostei demais de como ficou e resolvi refinar a personagem e algumas ideias
foram surgindo para uma possível história.
Na época, eu estava estudando como escrever histórias, pois no geral, só tinha trabalhado
desenhando histórias de outras pessoas e queria escrever e desenhar as minhas. Então, resolvi
usar tudo que estava aprendendo como teste com aquela personagem e assim começou a surgir
SPACESHIT. Mas dentro disso, resolvi usar coisas que já gostava muito, como aventuras espaciais
e bom humor.
Eu já te conheço há certo tempo e eu sei que você tem outros trabalhos publicados, poderia falar um pouquinho sobre eles?
Atualmente eu trabalho como artista do Homem-Grilo, que é criação do Cadu Simões. Temos
uma parceria desde 2021, que tem rendido muitos bons frutos. Fiz a arte para O Caso do
Churrasco na Laje, história do meu parceiro, Pacha Urbano. Mas já desenhei para editora Guará,
para uma antologia chamada Baile de Máscaras e outros projetos.
Como é fazer Histórias em Quadrinhos aqui no MS? O que acha que falta para aproximar mais os leitores das HQs?
Acho que em termos de dificuldade, não muda muito de outros lugares do país, principalmente
hoje em dia com o acesso a conteúdo para aprender tudo pela internet. Com isso, entramos no
“fazer quadrinhos autorais” e o “trabalhar desenhando quadrinhos para clientes”, eu faço os
dois, mas os autorais eu tenho que fazer no meu momento de lazer, o dos clientes que pagam
as minhas contas, então tem horas que tem uma quantidade boa de trabalho, mas outras nem
tanto. Aí vou fazendo um malabarismo para seguir com os dois.
Eu sei que você também dá aulas de desenho e histórias em quadrinhos, como é a experiência de ensinar sobre o que a gente gosta? Você trabalha com ilustrações também?
Eu adoro dar aulas, foi minha primeira experiência trabalhando mesmo, ainda durante a
faculdade, no início de 2005. Gosto muito de levar o conhecimento para os alunos, mostrar
vários jeitos de fazer as coisas e ver eles aprendendo e evoluindo na arte de desenhar e fazer
quadrinhos.
Também sou ilustrador, e isso também ajuda a conseguir trabalhos. Durante os anos de 2012
até 2017, eu praticamente não trabalhei com quadrinhos, pois estava bem ativo no ramo das
ilustrações, mas isso começou a mudar depois de 2020, ano do lançamento do primeiro capítulo
de SPACESHIT.
Aonde podemos encontrar as suas Histórias em Quadrinhos? Qual sua rede de contatos para que possamos falar com você?
Vocês podem encontrar SPACESHIT, diretamente comigo através do meu Instagram,
@fredquadrinista, na banca Modular, livraria Hamurabi, banca Elite e em São Paulo, na loja
Monstra. Para falar diretamente comigo, o melhor caminho é o Instagram mesmo. Acho que é
isso e obrigado pelo papo!