O espetáculo Quem a mim nomeou o mundo?, da artista e psicóloga Maria Fernanda Figueiró, estreia nesta sexta-feira (17), às 16h e 19 horas, no Sesc Teatro Prosa, em Campo Grande. A apresentação é gratuita e contará com intérprete de Libras e audiodescrição em ambas as sessões. A obra propõe uma reflexão profunda sobre as violências de gênero e o papel do corpo como instrumento de escuta e resistência.
Realizado com incentivo do Fundo Municipal de Investimentos Culturais (FMIC/2024), pela Fundação Municipal de Cultura (Fundac) e pela Prefeitura de Campo Grande, o projeto usa a dança como meio de questionamento e transformação social. Por meio do movimento, Maria Fernanda convida o público a pensar sobre as estruturas que moldam as relações de gênero e os discursos que sustentam a desigualdade.
“Essa constatação me trouxe uma inquietação sobre as desigualdades de gênero e os motivos que levam à discriminação e violência. Paralelamente à minha formação em psicologia, como artista da dança percebo que o gênero atravessa todos os corpos e experiências”, afirma Figueiró. “Motivada por essas vivências e reflexões, criei esse projeto artístico para utilizar a dança como meio de investigação e criação sobre gênero, violência e performance.”
A criação de Quem a mim nomeou o mundo? teve início em maio e se estendeu por cinco meses de trabalho intenso. O processo foi desenvolvido em parceria com Vanessa Macedo, diretora e coreógrafa da Cia Fragmento de Dança (SP), e uma das gestoras do Kasulo Espaço de Arte. As duas artistas conduziram encontros presenciais e virtuais, acompanhadas de uma equipe multidisciplinar que envolveu profissionais das áreas de luz, trilha sonora, cenografia, figurino e comunicação.
Maria Fernanda destaca que cada detalhe da montagem foi pensado coletivamente. “A Vanessa é uma artista extremamente comprometida com o processo, o que tornou nosso diálogo contínuo e muito rico desde o início do projeto”, comenta.
O espetáculo questiona as palavras e discursos que constroem normas e determinam quais corpos são legitimados ou silenciados. “Qual é a palavra que mata a coisa? Quais discursos (re)produzem violências? Como nomear o mundo longe da lógica que define quais corpos vivem e quais morrem?”, propõe o texto cênico, que se desdobra em movimentos e imagens poéticas sobre identidade e resistência.
Em cena, Maria Fernanda Figueiró assina também a direção e coreografia, ao lado de Vanessa Macedo. O trabalho conta com criação de luz de Camila Jordão, trilha sonora de Lua Oliveira, cenografia de Fernanda Lazzarini, figurino de Rita Figueiró e produção da Manaká Cultural. A comunicação é assinada por Hana Chaves e Helton Perez, com assessoria de imprensa de Isabela Ferreira (Reconta).
Os ingressos gratuitos podem ser reservados pelo Sympla. Durante as apresentações, o grupo arrecadará alimentos não perecíveis destinados ao Núcleo Assistencial Ramatís. Mais informações estão disponíveis pelo telefone (67) 99186-1558 ou pelo Instagram da Manaká Cultural.