Com valorização concentrada em bairros estratégicos, custo para adquirir imóvel na capital sul-mato-grossense atinge novos patamares
Preço do metro quadrado dispara e redefine mapa da moradia em Campo Grande
Foto: Divulgação

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A valorização dos imóveis em Campo Grande vem alterando o perfil urbano da capital e impondo novos desafios para quem busca moradia. De acordo com a mais recente pesquisa FipeZAP, o preço do metro quadrado em Campo Grande atingiu patamares inéditos em 2025, com destaque para bairros como Santa Fé (R$ 11.069/m²) e Jardim dos Estados (R$ 10.469/m²), que lideram o ranking dos mais valorizados.

Outros bairros como Carandá Bosque (R$ 9.291/m²), Mata do Jacinto (R$ 7.562/m²) e Tiradentes (R$ 6.952/m²) também registraram altas expressivas, impulsionadas por infraestrutura consolidada, localização estratégica e novos empreendimentos residenciais.

Para o presidente do Secovi-MS (Sindicato da Habitação), Geraldo Paiva, a movimentação do setor imobiliário revela uma Campo Grande em transformação. “Percebemos na região leste, como nos bairros Maria Aparecida Pedrossian e Chácara dos Poderes, um crescimento puxado por loteamentos fechados e imóveis de alto padrão. Já na região norte, Nova Lima, Mata do Jacinto e parte dos Novos Estados têm atraído a classe média, tornando-se polos de adensamento populacional”, analisa.

Expansão urbana amplia zonas de valorização

Além dos bairros historicamente valorizados, outras regiões como Vila Cruzeiro, Rita Vieira, São Francisco e Tiradentes passam a integrar o mapa da alta demanda imobiliária, com oferta crescente de serviços, acessibilidade e infraestrutura urbana.

O avanço da construção civil também tem impulsionado a expansão horizontal da cidade, especialmente nas Moreninhas, Parque dos Poderes e nas saídas para Três Lagoas e Sidrolândia, com forte presença de condomínios e loteamentos planejados. “O setor imobiliário é um termômetro da economia local, mas também um instrumento de transformação urbana. Ele contribui com o ordenamento da cidade, geração de renda e melhoria das condições de vida”, afirma Paiva.

Construção civil impulsiona economia, mas enfrenta entraves

Segundo o presidente do Secovi-MS, a valorização imobiliária está diretamente associada ao ritmo de lançamentos. Atualmente, há cerca de 77 empreendimentos em fase de comercialização na capital, muitos deles divididos por etapas. “Cada novo projeto movimenta toda a cadeia da construção civil, melhora a infraestrutura urbana e gera empregos”, ressalta.

A atividade também tem reflexos no comércio de materiais, setor financeiro, serviços de arquitetura e engenharia, além de pequenos negócios locais. Estima-se que, para cada emprego direto gerado na construção civil, outros três a cinco postos indiretos sejam criados.

Apesar do cenário aquecido, desafios estruturais persistem. “O PIB de Mato Grosso do Sul cresce acima da média nacional, o que atrai investimentos e novos moradores. No entanto, ainda enfrentamos dificuldades como o custo elevado do financiamento habitacional e a morosidade na aprovação de projetos”, pontua Paiva.

SOBRE O AUTOR

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Odirley Deotti

Odirley Deotti é jornalista, escritor, designer gráfico e chefe de redação do Guia MS Notícias.

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