Fenômeno deve ser fraco e de curta duração, sem impacto significativo no ano mais quente da história recente
La Niña não reverterá o aquecimento global, aponta OMM
Foto: Geraldo Bubniak/ANPr

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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) anun­ci­ou nes­ta sema­na que o fenô­me­no La Niña deve ocor­rer ain­da este ano. No entan­to, segun­do espe­ci­a­lis­tas, sua inten­si­da­de será fra­ca e de cur­ta dura­ção, sem capa­ci­da­de de rever­ter o aque­ci­men­to glo­bal que vive­mos atu­al­men­te.

A La Niña, fenô­me­no cli­má­ti­co opos­to ao El Niño, é carac­te­ri­za­da pelo res­fri­a­men­to das águas na fai­xa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Essa mudan­ça afe­ta o cli­ma glo­bal, poden­do tra­zer tem­pe­ra­tu­ras mais bai­xas e mai­or inci­dên­cia de chu­vas em algu­mas regiões.

Após um 2024 mar­ca­do por um El Niño extre­mo, que levou ao ano mais seco e quen­te da his­tó­ria recen­te, a che­ga­da da La Niña gera expec­ta­ti­va de res­fri­a­men­to, espe­ci­al­men­te na região Norte do Brasil. Contudo, o impac­to será limi­ta­do dian­te das ele­va­das emis­sões de gases de efei­to estu­fa que inten­si­fi­cam o aque­ci­men­to glo­bal.

Efeitos da La Niña no Brasil

A La Niña ten­de a pro­vo­car mudan­ças sig­ni­fi­ca­ti­vas no cli­ma bra­si­lei­ro:

  • Aumento das chu­vas nas regiões Norte e Nordeste;
  • Tempo seco no Sul e no Centro-Sul, com chu­vas irre­gu­la­res;
  • Entrada de mas­sas de ar frio em algu­mas áre­as.

Ainda assim, as pro­ba­bi­li­da­des de ocor­rên­cia da La Niña, que em julho eram de 70%, caí­ram para 55%, segun­do a OMM. O fenô­me­no, caso se con­fir­me, deve­rá ocor­rer entre os últi­mos dias de dezem­bro de 2024 e feve­rei­ro de 2025.

A Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo, refor­ça que os efei­tos da La Niña não serão sufi­ci­en­tes para con­ter o impac­to do aque­ci­men­to glo­bal. “O ano de 2024 come­çou com o El Niño e está a cami­nho de ser o mais quen­te já regis­tra­do. Mesmo que um even­to La Niña sur­ja, seu impac­to de res­fri­a­men­to de cur­to pra­zo será insu­fi­ci­en­te para con­tra­ba­lan­çar o efei­to de aque­ci­men­to dos gases de efei­to estu­fa que retêm calor recor­de na atmos­fe­ra”, afir­mou.

SOBRE O AUTOR

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Odirley Deotty

Odirley Deotti é jornalista, escritor, designer gráfico e chefe de redação do Guia MS Notícias.

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