O rompimento da barragem em Jaraguari, em 20 de agosto de 2024, desencadeou uma série de danos ambientais, sociais e econômicos na região, afetando diretamente famílias, propriedades rurais e o ecossistema local. Desde então, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) tem liderado os esforços para mitigar os impactos do desastre e garantir a proteção dos direitos das vítimas.
A atuação do MPMS começou imediatamente após o incidente, com a mobilização de Promotores de Justiça e técnicos da Secretaria de Desenvolvimento e Apoio às Atividades de Execução (Daex). Um Grupo de Trabalho Multidisciplinar foi criado no mesmo dia para atender às famílias afetadas. As primeiras ações envolveram visitas técnicas ao local, levantamento dos danos ambientais e sociais, e entrega de cestas básicas, água potável, roupas e outros itens essenciais às comunidades impactadas.
Em paralelo, o MPMS iniciou reuniões com diversos órgãos, como a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal e secretarias municipais, para articular soluções imediatas. Entre as medidas emergenciais, destacam-se a reconstrução de pontes, sinalização de rotas alternativas e organização do transporte escolar para as crianças da região.
Além das ações práticas, o MPMS também adotou medidas judiciais robustas. Com base nos levantamentos realizados, foi obtida na Justiça a tutela antecipada que bloqueou R$ 35 milhões em bens das empresas responsáveis pela barragem e de seus sócios. Esse valor será destinado à reparação dos danos identificados, incluindo a recuperação ambiental e o suporte às vítimas.
Na última segunda-feira (25), o Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor/MPMS) realizou mais uma sessão de mediação em Campo Grande. Essa foi a segunda rodada de negociações coordenada pelo Promotor de Justiça Gustavo Henrique Bertocco de Souza, da comarca de Bandeirantes. A reunião contou com a presença de representantes das empresas responsáveis pelo empreendimento e teve como objetivo avançar em uma solução consensual que assegure tanto a mitigação dos impactos ambientais quanto o atendimento às necessidades das famílias.
A preocupação do MPMS com as vítimas do desastre foi evidenciada desde o início. Em reuniões realizadas logo após o rompimento, os moradores atingidos foram ouvidos e acolhidos para a elaboração de relatórios sociais detalhados. Além disso, a instituição promoveu orientações sobre os procedimentos necessários para acessar as indenizações, garantindo que todas as famílias estivessem informadas e assistidas.
O Promotor de Justiça Gustavo Henrique Bertocco de Souza ressaltou que a atuação do MPMS vai além da reparação material, buscando também soluções que evitem futuros desastres. Segundo ele, “o trabalho integrado entre as instituições é essencial para garantir não apenas a recuperação, mas também a segurança e a qualidade de vida dos atingidos”.
A resposta imediata e coordenada do MPMS reflete o compromisso da instituição com a defesa da sociedade e do meio ambiente. Ao liderar os esforços de mitigação em Jaraguari, o Ministério Público reafirma seu papel fundamental em proteger os direitos civis e promover justiça diante de tragédias como essa.