A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou o afastamento cautelar de Graciele Zório Franco, ex-secretária municipal de Assistência Social de Ladário, após denúncia de práticas eleitorais ilícitas e retaliações contra servidores comissionados. A decisão foi tomada em resposta a uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e possui efeito imediato.
A ação, conduzida pela 5ª Promotoria de Justiça de Corumbá, acusa Graciele e o atual prefeito de Ladário, Iranil de Lima Soares, de utilizarem a estrutura da prefeitura para fins eleitorais. Segundo o promotor Luciano Bordignon Conte, depoimentos e documentos comprovariam que servidores foram coagidos a participar de atos de campanha em favor de Graciele, então candidata a vereadora, e de Luciano Cavalcante Jara, candidato à reeleição.
Entre as medidas solicitadas pelo MPMS, estavam o afastamento de ambos os envolvidos e o pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 1 milhão. Os recursos seriam destinados ao Conselho de Segurança de Corumbá e Ladário (CONSECOL), para ações de repressão à corrupção na região.
A juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo acatou parcialmente o pedido, afastando Graciele Zório Franco de seu cargo em comissão e proibindo‑a de acessar dependências e sistemas da prefeitura ou de manter contato com servidores envolvidos no caso. Por outro lado, o pedido de afastamento de Iranil de Lima Soares foi negado, mas ele foi orientado a evitar qualquer contato com testemunhas e servidores relacionados ao processo, sob pena de sanções legais.
O MPMS segue acompanhando o caso, que ainda permite recurso, com o objetivo de apurar responsabilidades e combater irregularidades no uso da estrutura pública para fins eleitorais.