Volume e valor das exportações diminuem, enquanto produtores priorizam mercado interno devido à melhor cotação dos grãos
Exportações de soja e milho de MS registram queda em novembro
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

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As expor­ta­ções de soja e milho de Mato Grosso do Sul apre­sen­ta­ram uma que­da expres­si­va em novem­bro des­te ano, tan­to no volu­me quan­to no valor comer­ci­a­li­za­do. O movi­men­to segue uma ten­dên­cia naci­o­nal, que tam­bém regis­trou retra­ção no mes­mo perío­do.

De acor­do com dados divul­ga­dos, a expor­ta­ção de soja no esta­do teve uma redu­ção de 89% no volu­me em com­pa­ra­ção com novem­bro de 2023, o que repre­sen­ta 347 mil tone­la­das a menos envi­a­das ao mer­ca­do exter­no. Em valor, a que­da foi ain­da mai­or, che­gan­do a 91%, com um total de US$ 19 milhões comer­ci­a­li­za­dos. A China con­ti­nu­ou como prin­ci­pal des­ti­no da soja sul-mato-gros­sen­se, res­pon­sá­vel por 89% das com­pras, segui­da pela Tailândia, com 11%.

Exportação de milho também retrai

O milho pro­du­zi­do no esta­do seguiu a mes­ma ten­dên­cia nega­ti­va. O volu­me expor­ta­do caiu 89%, o que cor­res­pon­de a 343 mil tone­la­das a menos em rela­ção ao mes­mo perío­do do ano pas­sa­do. Em ter­mos de recei­ta, a redu­ção foi de 85%, tota­li­zan­do US$ 13,4 milhões. O Japão foi o mai­or com­pra­dor do milho de Mato Grosso do Sul em novem­bro, com 41% do total expor­ta­do, segui­do por Bangladesh, com 20%, e África do Sul, com 11%.

Motivos da retração

Segundo Mateus Fernandes, eco­no­mis­ta da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), a que­da nas expor­ta­ções se deve ao bai­xo esto­que dis­po­ní­vel da safra atu­al e à valo­ri­za­ção dos grãos no mer­ca­do bra­si­lei­ro. “A comer­ci­a­li­za­ção da soja 23/24 está em fase final, com bai­xo esto­que dis­po­ní­vel do grão. Isso reduz a quan­ti­da­de expor­ta­da nes­se fim de ano. Além dis­so, temos a valo­ri­za­ção dos grãos no mer­ca­do bra­si­lei­ro, o que faz com que o pro­du­tor rural pre­fi­ra ven­der sua pro­du­ção inter­na­men­te. O mes­mo ocor­re com o milho, que apre­sen­ta melhor cota­ção no mer­ca­do inter­no e menor deman­da exter­na”, expli­cou.

Cenário nacional

O Brasil tam­bém regis­trou que­da nas expor­ta­ções de grãos em novem­bro. O volu­me de soja comer­ci­a­li­za­do caiu 51%, equi­va­len­te a 2,6 milhões de tone­la­das a menos que no mes­mo perío­do do ano ante­ri­or. O valor das expor­ta­ções sofreu uma redu­ção de 59%, tota­li­zan­do US$ 1,11 bilhão. A China man­te­ve a lide­ran­ça como des­ti­no da soja bra­si­lei­ra, com 83% do volu­me expor­ta­do.

Para o milho, o volu­me expor­ta­do naci­o­nal­men­te redu­ziu 36%, repre­sen­tan­do cer­ca de 2,7 milhões de tone­la­das a menos. Em recei­ta, a que­da foi de 42%, tota­li­zan­do US$ 966 milhões. Os prin­ci­pais des­ti­nos do cere­al foram Egito, com 19%, segui­do pelo Irã (17%), Vietnã (16%) e Taiwan (7%).

SOBRE O AUTOR

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Odirley Deotty

Odirley Deotti é jornalista, escritor, designer gráfico e chefe de redação do Guia MS Notícias.

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