Ele era madrugada, ela era entardecer,
mas quando seus olhares se encontraram,
o tempo se curvou, rendido,
e o impossível começou a viver.
Ela trazia cicatrizes de batalhas antigas,
ele, a fome insaciável de quem descobre o mundo.
No choque de idades e destinos,
nasceu um amor tão fundo quanto breve.
Beijaram-se como quem desafia deuses,
abraçaram-se como quem rasga correntes.
Cada instante era eterno,
cada ausência, uma tortura ardente.
Mas o destino, impiedoso,
ergueu muralhas entre os dois.
E mesmo gritando em silêncio,
foram levados a caminhos opostos.
Ainda assim, em cada noite vazia,
o coração chama pelo nome proibido.
Porque há amores que não precisam de amanhã:
ardem para sempre no incêndio do nunca.