Em seu terceiro livro, o jornalista une literatura e audiovisual para transformar poemas em experiências multissensoriais, com performances no Instagram e YouTube
Em “Todo poema dito”, jornalista Victor Barone dá corpo e voz à poesia
Foto: Divulgação

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O jor­na­lis­ta Victor Barone lan­ça nes­te sába­do (7) seu ter­cei­ro livro no cam­po da poe­sia. Em “Todo poe­ma dito”, Barone ino­va com uma pro­pos­ta que une lite­ra­tu­ra e audi­o­vi­su­al. O livro, em for­ma­to e‑book, ser­ve de pla­ta­for­ma para 50 poe­mas ges­ta­dos entre 2019 e 2024 e que foram per­for­ma­dos em vídeo pela tea­tró­lo­ga, cine­as­ta e escri­to­ra Ligia Tristão Prieto e pelo poe­ta e agen­te cul­tu­ral Vini Willyan.

Com dire­ção de Prieto e cap­ta­ção de Jéssica Santos, os víde­os mos­tram como a união da poe­sia escri­ta com pro­du­ções audi­o­vi­su­ais pode ampli­ar os hori­zon­tes da expres­são poé­ti­ca, tornando‑a mais aces­sí­vel e envol­ven­te para diver­sos públi­cos.

A par­tir des­te sába­do, os vídeo-poe­mas serão pos­ta­dos, um a um, um por dia, nos canais do livro no Instagram e no YouTube, para que sejam per­ce­bi­dos pelo lei­tor. Sim, per­ce­bi­dos. Pois a poe­sia, quan­do per­for­ma­da, trans­cen­de os limi­tes da pági­na escri­ta e aden­tra um ter­ri­tó­rio sen­so­ri­al e emo­ci­o­nal mais amplo, onde a pala­vra encon­tra voz, cor­po e ges­to.

“Este encon­tro não é ape­nas uma exten­são do tex­to ori­gi­nal, mas uma meta­mor­fo­se que o enri­que­ce com cama­das de sig­ni­fi­ca­do que, de outra for­ma, pode­ri­am per­ma­ne­cer laten­tes”, afir­ma o autor.

O som da voz huma­na car­re­ga con­si­go uma tex­tu­ra que dá vida às pala­vras: o rit­mo das síla­bas, a ento­na­ção das fra­ses, o tim­bre que res­soa com a sin­gu­la­ri­da­de de quem reci­ta. Cada pau­sa, cada ace­le­ra­ção ou pro­lon­ga­men­to, adi­ci­o­na nuan­ces que trans­for­mam o poe­ma em algo dinâ­mi­co e pul­san­te. A pala­vra escri­ta pode suge­rir inten­si­da­de, mas a voz a con­cre­ti­za infun­din­do-lhe emo­ções tan­gí­veis.

Além da voz, a per­for­man­ce poé­ti­ca explo­ra o cor­po como veí­cu­lo expres­si­vo. Gestos, expres­sões faci­ais, pos­tu­ra e movi­men­to não ape­nas acom­pa­nham o tex­to, mas dia­lo­gam com ele, expan­din­do seu alcan­ce semân­ti­co. “O cor­po ampli­fi­ca e rein­ter­pre­ta o que está implí­ci­to na pala­vra”, expli­ca Ligia.

A luz, a som­bra, a músi­ca e os sons cri­am atmos­fe­ras que cer­cam o poe­ma, mol­dan­do sua recep­ção. “O enqua­dra­men­to visu­al de um ros­to que reci­ta pode suge­rir uma pro­xi­mi­da­de ou um dis­tan­ci­a­men­to emo­ci­o­nal que res­soa com o con­teú­do do tex­to”, subli­nha Jéssica.

Esse diá­lo­go entre tex­to, som e ima­gem trans­for­ma o poe­ma em uma expe­ri­ên­cia mul­tis­sen­so­ri­al. O que era abs­tra­to ou ima­gé­ti­co no papel pode tor­nar-se vis­ce­ral na per­for­man­ce. “O espec­ta­dor não ape­nas lê, mas sen­te e tes­te­mu­nha, imer­gin­do em uma vivên­cia que com­bi­na o inte­lec­tu­al com o físi­co, o emo­ci­o­nal com o visu­al”, refle­te Vini.

“Todo poe­ma dito” tem pre­fá­cio do pre­mi­a­do poe­ta sul-mato-gros­sen­se Fábio Gondim. Diz ele: “Neste livro, um inven­tá­rio de cha­gas aber­tas, o autor der­ra­ma aos olhos do lei­tor pági­na a pági­na, ten­ta­ti­vas tal­vez vãs de fazer cica­triz uti­li­zan­do-se de um poe­ma-unguen­to aqui e aco­lá, como quem ten­ta dar pon­tos de espe­ran­ça em algo que não se cura com pala­vra cata­lo­ga­da. Porém, o que se exi­be no sus­ten­tá­cu­lo dos cin­quen­ta tes­ta­men­tos apre­sen­ta­dos, é uma suces­são de penhas­cos pes­so­ais e o extre­mo civi­li­za­tó­rio que sepa­ra o autor de um povo que há pou­co pen­sa­va ser sua gen­te. Talvez seja bem este o ofí­cio do poe­ta: garan­tir sobre­vi­da, e somen­te sobre­vi­da. Gotejar espe­ran­ça na ruí­na”.

O autor

Victor Barone é cari­o­ca e vive em Campo Grande (MS) des­de 2000. Jornalista e pro­fes­sor, lan­çou seu pri­mei­ro livro, “Outros Sentidos”, em 2009. Em 2019 publi­cou “Poemas de Amor e Fúria”. Atuante na cena poé­ti­ca sul-mato-gros­sen­se, Barone ide­a­li­zou, jun­ta­men­te com Fábio Gondim e o cole­ti­vo Tarja Preta, o pro­je­to Poema na Quarentena, que duran­te a pan­de­mia levou a poe­sia sul-mato-gros­sen­se a milha­res de pes­so­as por meio de vídeo-poe­mas que cir­cu­la­ram dia­ri­a­men­te pelas redes soci­ais naque­le perío­do.

Serviço

“Todo poe­ma dito” está dis­po­ní­vel em for­ma­to e‑book pela Amazon. A obra tam­bém pode ser adqui­ri­da em for­ma­to físi­co dire­to com o autor (Whatsapp: 67 98113–1292) em uma pro­mo­ção onde quem adqui­rir “Todo poe­ma dito” rece­be tam­bém o segun­do livro de Barone, “Poemas de Amor e Fúria”.

Os víde­os pode­rão ser aces­sa­dos pelas redes soci­ais do livro no Instagram e no YouTube.

“Todo poe­ma dito” na Amazon

“Todo poe­ma dito” no YouTube

“Todo poe­ma dito” no Instagram

SOBRE O AUTOR

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Odirley Deotty

Odirley Deotti é jornalista, escritor, designer gráfico e chefe de redação do Guia MS Notícias.

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