O Projeto de Lei 264/2024, que altera a Lei nº 3.946/2010 e propõe a instalação de câmeras de vídeo em escolas públicas de Mato Grosso do Sul, segue em tramitação na Assembleia Legislativa. A proposta, que veda a captação de áudio, foi debatida na sessão desta quarta-feira (4) pela deputada Gleice Jane (PT), que manifestou preocupações quanto aos impactos da medida no ambiente escolar.
Segundo a deputada, o projeto pode intensificar o sentimento de vigilância entre os profissionais de educação, já abalados por movimentos como o “Escola sem Partido”. Gleice argumentou que o uso de câmeras pode criar um ambiente de tensão para professores e dificultar o desenvolvimento educacional.
“Depois do que chamamos de movimento de mordaça, a escola não pode conversar sobre assuntos polêmicos. Hoje os professores têm medo de serem gravados, têm crises de ansiedade. Esse projeto pode piorar muito as relações nas escolas. Devemos estimular o diálogo como forma de combate à violência, não a vigilância”, afirmou Gleice.
A proposta havia sido incluída na Ordem do Dia desta quarta-feira, mas foi retirada de pauta por pedido de vistas do deputado Pedro Kemp (PT), que deve apresentar sua análise na sessão de amanhã.
Justificativa do projeto
O Governo do Estado argumenta que o projeto atende à necessidade de maior segurança nas escolas, após o registro de crimes como furtos, agressões físicas, ameaças, porte de armas e crimes sexuais em 2023. A medida, no entanto, assegura que as câmeras não serão instaladas em locais que comprometam a privacidade, como salas de professores, banheiros e vestuários.
Cobrança por informações
Durante a sessão, Gleice Jane também cobrou informações da Secretaria de Educação sobre o cronograma de convocação de aprovados em concursos públicos, incluindo o levantamento detalhado de vagas por município e áreas de conhecimento.
A tramitação do projeto pode ser acompanhada pelo Sistema Legislativo.