Atraso é provocado pela alta umidade dos grãos e por perdas causadas por ventanias em municípios do centro e sul do Estado
Colheita do milho em Mato Grosso do Sul atinge 42,7% da área cultivada
Foto: Aprosoja/MS

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A colheita do milho em Mato Grosso do Sul avançou para 42,7% da área estimada até o dia 1º de agosto, segundo dados do Projeto SIGA-MS, coordenado pela Aprosoja/MS. O trabalho no campo teve início no fim de maio e deve se estender até setembro, conforme previsto pelos técnicos.

Com cerca de 897 mil hectares já colhidos, a região sul do Estado apresenta o ritmo mais acelerado, com 46,2% da área colhida. A região centro segue com 37,9%, enquanto o norte registra 29,9% de avanço. Apesar do bom desempenho em grande parte do território, a colheita enfrenta entraves causados principalmente pelas chuvas e pelo impacto de ventanias registradas no fim de julho.

As condições das lavouras são consideradas boas nas regiões nordeste, norte, oeste, centro, sul e sudoeste. Já nas áreas sudeste e de fronteira sul, os produtores enfrentam perdas, com produtividade abaixo da média estadual. O cenário climático segue instável, com sol e variação de nebulosidade, além da possibilidade de chuvas e tempestades isoladas.

Perdas em lavouras e atraso nos trabalhos

Segundo a Aprosoja/MS, cerca de 8 mil hectares foram afetados por ventos fortes nas regiões centro e sul do Estado, o que resultou no tombamento de plantas e perdas estimadas entre 20% e 40% da produção nessas áreas. Os municípios mais impactados foram Maracaju, Aral Moreira, Sete Quedas e Itaporã.

Além das perdas estruturais, o clima também tem atrasado o avanço das máquinas. A elevada umidade dos grãos prejudica a secagem natural no campo e obriga os produtores a optarem entre colher com umidade elevada — o que eleva os custos com secagem — ou deixar o milho mais tempo exposto às intempéries.

“As chuvas no final do ciclo do milho safrinha têm dificultado a secagem natural dos grãos, o que está atrasando a colheita. Colher o milho com muita umidade aumenta os custos, porque é preciso secá-lo antes de armazenar (abaixo de 14% de umidade) para manter a qualidade dos grãos. Por outro lado, deixar o milho no campo por mais tempo também é arriscado, pois a produção fica exposta às intempéries climáticas. O produtor fica em uma situação complicada: ou colhe mais cedo e gasta mais com secagem, ou espera e corre o risco de perder parte da produção por causa do clima. O ideal é acompanhar a previsão do tempo e a umidade dos grãos para tomar a melhor decisão possível”, aponta o assessor técnico da Aprosoja/MS, Flavio Faedo Aguena.

A orientação aos produtores é manter o monitoramento constante das condições climáticas e da umidade dos grãos para reduzir as perdas e garantir a qualidade da produção no armazenamento.

SOBRE O AUTOR

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Odirley Deotti

Odirley Deotti é jornalista, escritor, designer gráfico e chefe de redação do Guia MS Notícias.

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