Julgamento em Campo Grande acolheu denúncia de homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável
Caso Sophia: padrasto e mãe são condenados a 52 anos pelo crime
Foto: MPMS

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) obte­ve a con­de­na­ção de Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim pelos cri­mes que resul­ta­ram na mor­te de Sophia O’Campo, de 2 anos e 7 meses. Os réus foram sen­ten­ci­a­dos após dois dias de jul­ga­men­to no Tribunal do Júri de Campo Grande. Somadas, as penas che­gam a 52 anos de pri­são.

Stephanie, mãe da víti­ma, rece­beu uma pena de 20 anos de pri­são pelo cri­me de homi­cí­dio tri­pla­men­te qua­li­fi­ca­do por omis­são. Já Christian, o padras­to, foi con­de­na­do a 32 anos pelos cri­mes de homi­cí­dio tri­pla­men­te qua­li­fi­ca­do e estu­pro de vul­ne­rá­vel. O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, pro­fe­riu a sen­ten­ça na noi­te da últi­ma quin­ta-fei­ra (5). Ambos os réus con­ti­nu­a­rão pre­sos em regi­me fecha­do e podem recor­rer da deci­são.

De acor­do com o MPMS, os cri­mes foram come­ti­dos com moti­vo fútil, uso de meio cru­el e con­tra menor de 14 anos. O homi­cí­dio foi des­cri­to como uma ação vio­len­ta que cau­sou lesões gra­ves no cor­po e na colu­na cer­vi­cal de Sophia, resul­tan­do em sua mor­te. Além dis­so, Christian foi con­de­na­do por estu­pro de vul­ne­rá­vel, acu­sa­do de man­ter rela­ções de natu­re­za sexu­al com a víti­ma.

O jul­ga­men­to teve gran­de reper­cus­são, com o Plenário do Tribunal do Júri lota­do. Durante o pro­ces­so, con­du­zi­do pelos Promotores de Justiça Livia Carla Guadanhim Bariani e José Arturo Iunes Bobadilla Garcia, todas as teses da acu­sa­ção foram aco­lhi­das pelos jura­dos. “Foi uma res­pos­ta jus­ta ao caso, que cha­mou a aten­ção de todo o país”, afir­mou o pro­mo­tor José Arturo à impren­sa após a lei­tu­ra da sen­ten­ça.

Entenda o caso

Sophia mor­reu em 26 de janei­ro de 2023, em Campo Grande. Conforme a denún­cia do MPMS, Christian agre­diu a meni­na de for­ma vio­len­ta, cau­san­do uma lesão fatal em sua colu­na cer­vi­cal. Stephanie, por sua vez, teria se omi­ti­do, não inter­fe­rin­do nas ações do com­pa­nhei­ro nem pres­tan­do socor­ro ime­di­a­to à filha. Laudos apon­ta­ram que Sophia já esta­va mor­ta há cer­ca de qua­tro horas quan­do foi leva­da à uni­da­de de saú­de.

O pro­ces­so, com­pos­to por qua­se 5 mil pági­nas, con­tou com pro­vas extraí­das de celu­la­res dos réus, ana­li­sa­das pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do MPMS. As inves­ti­ga­ções reve­la­ram um his­tó­ri­co de agres­sões e negli­gên­cia na roti­na fami­li­ar, que incluía outras cri­an­ças sob os cui­da­dos dos acu­sa­dos. A casa onde vivi­am foi des­cri­ta como insa­lu­bre, ofe­re­cen­do ris­cos à saú­de e segu­ran­ça das meno­res.

O cri­me mobi­li­zou a opi­nião públi­ca e des­ta­cou a gra­vi­da­de da vio­lên­cia domés­ti­ca. O des­fe­cho do jul­ga­men­to trou­xe uma res­pos­ta con­si­de­ra­da exem­plar, refor­çan­do o com­pro­mis­so do sis­te­ma de jus­ti­ça em casos de extre­ma bru­ta­li­da­de e vio­la­ção de direi­tos huma­nos.

Com infor­ma­ções do MPMS

SOBRE O AUTOR

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Odirley Deotty

Odirley Deotti é jornalista, escritor, designer gráfico e chefe de redação do Guia MS Notícias.

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