Os três senadores de Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke (Podemos), Tereza Cristina (PP) e Nelsinho Trad (PSD), assinaram o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles se juntaram a outros 37 parlamentares que acusam Moraes de abusar da autoridade do cargo e agir com motivações políticas em decisões recentes.
A articulação é liderada por integrantes da oposição e da base bolsonarista no Congresso. Até o momento, o pedido reúne 40 assinaturas, apenas uma a menos do mínimo necessário para iniciar a tramitação no Senado, conforme determina o regimento da Casa.
Parlamentares sul-mato-grossenses falam em defesa da democracia
A decisão dos senadores de Mato Grosso do Sul se soma à movimentação política de contestação à atuação do ministro, especialmente no que se refere a ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e parlamentares aliados. Nelsinho Trad afirmou que o cenário de conflito institucional precisa ser contido. “Quando o abuso de autoridade ultrapassa a razão, instala-se a desconfiança. Casos vêm se repetindo e isso aprofunda a inquietação de amplos setores da sociedade”, disse.
Tereza Cristina argumentou que sua adesão ao pedido tem como objetivo evitar a escalada de tensões entre os Poderes. “Nosso compromisso é com a paz e o bem-estar do Brasil. A pacificação exige ações concretas”, declarou.
Já Soraya Thronicke apontou uma suposta violação das prerrogativas parlamentares como razão para apoiar o pedido. Ela citou o caso do senador Marcos do Val (Podemos-ES), alvo de decisões do ministro. “Um senador eleito está sendo impedido de trabalhar e se comunicar com a sociedade. O Senado não pode se omitir”, afirmou.
Pedido ainda depende de decisão política no Senado
Apesar da mobilização, o pedido de impeachment só avança se for acolhido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Mesmo com as 41 assinaturas exigidas para a admissibilidade formal, cabe exclusivamente à presidência da Casa decidir se o processo será aberto.
Caso Alcolumbre aceite o pedido, uma comissão especial é formada para analisar a denúncia. O relatório dessa comissão precisa ser aprovado por maioria simples antes de seguir ao plenário. No julgamento final, a aprovação do impeachment exige voto favorável de pelo menos 54 senadores, o equivalente a dois terços da Casa.
A ofensiva política ganhou força com a divulgação de uma arte publicitária nas redes sociais, apresentada pelo líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), com os nomes e rostos dos 40 senadores já favoráveis ao afastamento de Moraes. A mensagem reforça que falta apenas um apoio para atingir o número mínimo necessário.
A lista inclui nomes como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sergio Moro (União Brasil-PR), Damares Alves (Republicanos-DF), Rogério Marinho (PL-RN) e Marcos Pontes (PL-SP), além do trio sul-mato-grossense. Ainda assim, analistas políticos consideram improvável o avanço do processo sem o aval do presidente do Senado, que vem evitando pautas de confronto direto com o Judiciário.
Com informações Metrópoles e CGNews
















