Cartão de crédito continua sendo vilão e lojistas veem o problema como o maior obstáculo para 2025
Inadimplência em Campo Grande alcança 63% da população
Foto: Divulgação/Web

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Com o tér­mi­no das fes­tas de fim de ano, a ina­dim­plên­cia des­pon­ta como uma das prin­ci­pais pre­o­cu­pa­ções do vare­jo em Campo Grande, afe­tan­do dire­ta­men­te emprés­ti­mos, finan­ci­a­men­tos, ser­vi­ços e con­tas de con­su­mo. Esse cená­rio tem gera­do impac­tos econô­mi­cos e soci­ais sig­ni­fi­ca­ti­vos. Segundo dados do SPC Brasil, em par­ce­ria com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campo Grande, 63% da popu­la­ção da Capital encer­rou o mês de dezem­bro com algum tipo de ina­dim­plên­cia. Além dis­so, uma pes­qui­sa rea­li­za­da pela CDL com 230 vare­jis­tas locais apon­tou que 70% dos entre­vis­ta­dos con­si­de­ram a ina­dim­plên­cia o mai­or desa­fio para 2025.

O pre­si­den­te da CDL Campo Grande, Adelaido Vila, aler­ta sobre as con­sequên­ci­as des­sa situ­a­ção, expli­can­do que “a ina­dim­plên­cia pode aumen­tar o cus­to de con­ces­são de cré­di­to, pois as ins­ti­tui­ções finan­cei­ras cor­rem o ris­co de empres­tar dinhei­ro. Além dis­so, as dívi­das tam­bém podem tra­zer difi­cul­da­des para que pes­so­as e empre­sas obte­nham cré­di­to no futu­ro, limi­tan­do o cres­ci­men­to do negó­cio e o desen­vol­vi­men­to econô­mi­co”.

Mato Grosso do Sul ocu­pa a quin­ta posi­ção no ran­king de ina­dim­plên­cia entre os esta­dos bra­si­lei­ros, com um índi­ce de 52,16%. À fren­te estão o Amapá, com 61,10%; o Distrito Federal, com 58,02%; o Rio de Janeiro, com 54,94%; e o Amazonas, com 53,48%.

Uma enque­te rea­li­za­da pela pla­ta­for­ma de cré­di­to “Meutudo” apon­tou o car­tão de cré­di­to como a prin­ci­pal cau­sa de ina­dim­plên­cia, sen­do cita­do por 36% dos par­ti­ci­pan­tes. Outros 10% men­ci­o­na­ram o emprés­ti­mo pes­so­al como o mai­or moti­vo de endi­vi­da­men­to, enquan­to 9% atri­buí­ram suas dívi­das a con­tas de ener­gia elé­tri­ca, água e inter­net. Outros fato­res inclu­em com­pras no bole­to, finan­ci­a­men­to de auto­mó­veis, pla­nos de saú­de, alu­guel e emprés­ti­mos com garan­tia, embo­ra em per­cen­tu­ais meno­res.

Dados naci­o­nais refor­çam o con­tex­to pre­o­cu­pan­te. Em outu­bro de 2024, o Brasil atin­giu a mar­ca de 73,1 milhões de ina­dim­plen­tes, o segun­do mai­or índi­ce do ano, atrás ape­nas de abril. Entre as fai­xas etá­ri­as mais afe­ta­das, des­ta­cam-se pes­so­as entre 41 e 60 anos, que repre­sen­tam 35,1% do total, segui­das por aque­las de 26 a 40 anos, com 34%.

SOBRE O AUTOR

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Odirley Deotty

Odirley Deotti é jornalista, escritor, designer gráfico e chefe de redação do Guia MS Notícias.

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