A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande destacou nesta segunda-feira (02), em alusão ao Dia Mundial de Combate à AIDS, o impacto do projeto “A Hora é Agora”. A iniciativa, que oferece autotestes de HIV entregues diretamente na casa do solicitante, foi criada pela Fiocruz em parceria com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos.
Desde sua implementação em 2019, o projeto tem ampliado o acesso ao diagnóstico precoce, essencial para o controle do HIV. O autoteste utiliza uma amostra de saliva coletada com um swab e apresenta o resultado de forma imediata. Segundo a superintendente de Serviços em Saúde da Sesau, Ana Paula Resende, o formato do projeto evoluiu ao longo dos anos. “Antes, o autoteste precisava ser retirado em um ponto específico. Hoje, ele pode ser solicitado pela internet e é enviado pelos Correios, diretamente para o endereço do solicitante”, afirmou.
Além de Campo Grande, o projeto já foi expandido para outras cidades, como Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Fortaleza.
Rede de atendimento ampliada
A capital sul-mato-grossense conta com 74 Unidades de Saúde da Família (USFs) aptas a acompanhar pacientes diagnosticados com HIV, descentralizando o atendimento que antes era restrito ao CTA (Centro de Triagem e Acolhimento), ao CEDIP (Centro Especializado de Doenças Infecto-Parasitárias) e ao HUMAP (Hospital Universitário).
O CTA, um dos principais centros de referência na cidade, oferece testes rápidos, distribuição de preservativos e lubrificantes, além de profilaxias como a PrEP (profilaxia pré-exposição) e a PEP (profilaxia pós-exposição). “Realizamos a testagem regular de HIV e outras ISTs. Em caso de diagnóstico positivo, o paciente já inicia a consulta médica e o tratamento com antirretrovirais no mesmo dia”, destacou o médico de família Roberto Braz, que atende no local há cinco anos.
Conscientização como ferramenta de prevenção
Durante palestra para cerca de 50 alunos do Instituto Mirim, Cris Stefanny, presidente da Associação das Travestis e Transsexuais de Mato Grosso do Sul, ressaltou a importância da conscientização entre jovens. “É fundamental que vocês conheçam a doença e saibam como se prevenir. Quem vive com HIV tem direitos, mas também deveres, como o de evitar transmitir o vírus a outras pessoas. Quando feito de forma proposital, é crime”, alertou.
A mobilização no Dia Mundial de Combate à AIDS reafirma o compromisso da prefeitura de Campo Grande com a saúde pública, destacando o papel do diagnóstico precoce, do tratamento adequado e da educação na redução do estigma e na prevenção do HIV.