O incêndio na Serra do Amolar, uma das áreas mais preservadas e simbólicas do Pantanal, completou nove dias nesta segunda-feira (6) e segue se expandindo. O fogo ameaça alcançar a Comunidade Amolar, onde vivem mais de dez famílias, e avança em duas frentes: para o oeste, em direção à Bolívia, e para o sul, onde estão as moradias ribeirinhas. O ponto de ignição ocorreu no topo de uma morraria situada entre a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal e o território boliviano.
A detecção inicial das chamas foi feita no dia 28 de setembro, de forma visual e também pelo sistema Pantera, mantido pelo programa Abrace o Pantanal – uma iniciativa conjunta do Um Grau e Meio, Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e JBS. Desde então, a Brigada Alto Pantanal, mantida pelo IHP, atua no combate ao fogo. A equipe já estava na região executando ações preventivas antes da propagação do incêndio.
De acordo com o Painel do Fogo, a área afetada atingiu 12.802 hectares até o dia 5 de outubro, com registros de até 194 focos simultâneos e índice de propagação de 42 hectares por hora. No início da detecção, o impacto estava restrito a apenas 199 hectares, o que demonstra a velocidade de expansão das chamas.
Combate intensificado e reforço nas equipes
Além da Brigada Alto Pantanal, participam da operação brigadistas do Prevfogo/Ibama, incluindo integrantes da Brigada Uberaba Guató, além de apoio aéreo com helicóptero do Prevfogo e dois aviões da Defesa Civil Estadual. Com a evolução do incêndio, está previsto um reforço para ampliar o número de brigadistas de 20 para 30 profissionais.
A base das equipes está montada na RPPN Acurizal, área administrada pelo IHP e localizada na fronteira entre Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bolívia. O trabalho é coordenado em conjunto com órgãos ambientais e de defesa civil para evitar que o fogo alcance áreas de moradia e proteção ambiental.
Corumbá decreta emergência e IHP pede doações
Diante do agravamento da situação, a Prefeitura de Corumbá decretou estado de emergência por 90 dias devido à intensificação dos incêndios florestais no município. A decisão levou em conta o clima extremo: mais de 35 dias sem chuvas significativas, altas temperaturas, ventos fortes e grande acúmulo de vegetação seca.
O IHP também abriu um chamado público para doações que auxiliem os brigadistas no combate. As principais demandas são combustíveis (diesel e gasolina), máquina de gelo, marmitas, galões de água, colchões e equipamentos de proteção individual. As contribuições podem ser feitas via PIX para o e-mail contato@brigadaaltopantanal.org.br.
Além das equipes de combate, um médico-veterinário do IHP, Luka Moraes, está na região prestando apoio para o atendimento emergencial de animais afetados pelo fogo.
















