A Cia. de Dança do Pantanal, projeto do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, desembarca em Minas Gerais para duas apresentações que celebram a força da arte e da natureza. No sábado, 4 de outubro, o grupo se apresenta na histórica Casa da Ópera de Ouro Preto, às 19h, com o espetáculo Estado Fantasma II. No domingo, 5 de outubro, às 11h, será a vez de Belo Horizonte receber a companhia no Grande Teatro do Sesc Palladium, integrando a Série Domingos Clássicos ao lado da Orquestra Ouro Preto.
A montagem Estado Fantasma II é inspirada no livro A Queda do Céu, de Davi Kopenawa, e nas visões dos Xapiris, espíritos da floresta que dançam diante do xamã. A coreografia traduz a relação entre o corpo e o invisível, evocando elementos da natureza como fumaça, raízes e vento para criar uma experiência sensorial e poética.
“Esse estado não é apenas dos Xapiris, mas também o nosso, quando a dança atravessa o corpo e convoca a sentir o invisível. Em espiral, cada gesto retorna, se repete e se transforma, revelando a potência da natureza e a urgência do encontro entre corpo, presença e criação”, explica o coreógrafo Fernando.
Literatura e liberdade em diálogo com a música
Em Belo Horizonte, a companhia apresenta Fernão Capelo Gaivota, inspirado no clássico literário de Richard Bach, com trilha de Tim Rescala e participação da Orquestra Ouro Preto. Criado durante a pandemia dentro do Programa Vale Música, o espetáculo já passou pelo Rio de Janeiro e teve uma gravação especial na região do Amolar, no Pantanal, que está disponível no canal da Orquestra Ouro Preto no YouTube.
A apresentação em Belo Horizonte será acessível, com tradução em Libras e ingressos a preços populares disponíveis na bilheteria do teatro e na plataforma Sympla. A montagem convida o público a uma jornada de superação e autoconfiança, unindo literatura, música e dança em um diálogo sobre liberdade e transformação.
Arte pantaneira em movimento
Criada em 2017 em Corumbá (MS), a Cia. de Dança do Pantanal se destaca pela fusão entre dança contemporânea e neoclássica, e pelo engajamento na defesa do bioma pantaneiro. A companhia leva ao público uma experiência estética que é também um manifesto pela preservação ambiental e pelas identidades culturais do Centro-Oeste.
O projeto é uma iniciativa do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, que há mais de duas décadas atua nas fronteiras do Mato Grosso do Sul promovendo cultura, educação e tecnologia para jovens e comunidades em situação de vulnerabilidade.
